quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Ausência

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado.
Eu deixarei… tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

Vinicius de Moraes

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

eu, meus tumtuns e minha homossexualidade - parte 1

querido diário: hoje, estava eu indo feliz e sorridente para o colegio para mais uma aula do tio raed, qnd me toca o telefone e uma pessoa sozinha e desamparada clama pela minha presença =~ lá vai eu pro bar as 10 horas da manhã fazer companhia pra bruna! eu juro que tento ser uma boa aluna, mas não consigo. e ela me convenceu a passar as férias trabalhando que nem escrava em loja de roupa. onde eu tava com a cabeça qnd concordei com isso? acho que vou deletar o curriculo do hd e fingir que nada aconteceu.

e essa tpm ainda vai me fazer matar alguém. nem eu to me aguentando mais! que inferno.

domingo, 28 de outubro de 2007

desesperar;

de-ses-pe-rar: v.t.d. 1. tirar a esperança a. 2. causar desespero a. 3. deixar de esperar. int. 4. perder a esperança. P. 5. desanimar de conseguir algo. 6. cair em desespero.

sábado, 27 de outubro de 2007

inconstância;

tô assustada com o fato de eu estar conseguindo postar todos os dias. não que seja alguma coisa que preste, mas é o que tá passando por mim agora. e estudando na faetreco, vocês não esperavam que eu escrevesse bem, né? e o objetivo disso aqui não é que alguém leia, é eu tentar organizar minha cabecinha e botar meus pensamentos num papel.

hoje eu tava aqui pensando, é essa inconstância que me faz cair sempre, que me faz ter essa facilidade de me apaixonar, de ver futuro nas coisas mais impossíveis, de me cegar. mas é ela também que me faz levantar e acordar pra vida, pro que me espera lá fora, me faz perceber que me trancar dentro de casa por dias e esquecer da vida real não ajuda em nada. quero calma, descanso. quero meus amigos e minhas cervejas. mas principalmente, quero ir com calma. tenho medo de o tempo passar, e eu não aproveitar esse ano que me resta perto de algumas pessoas. eu não quero me arrepender das minhas escolhas, tanto profissionais qnt pessoais.. pena que as pessoas não me deixam pensar... pronto, agora me voltou a idéia de me trancar em casa vendo filmes antigos e tomando sorvetes durante o fim de semana todo. maldita inconstância!!!!

listening: whether you fall - tracy bonham

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

hipocrisia;

desde que eu comecei minha vida de relacionamentos, o que eu mais odeio nos seres humanos é a hipocrisia. e foi isso que você se tornou. mas eu sei que a vida é assim, depois que as pessoas conseguem o que querem, elas vão embora :] e depende de mim ficar perto de pessoas assim, ou não.

sonhos, pra que te quero?



Hipocrisia
(por Luiz Gayotto)

Pensa que eu
não sei
que você disse
o que não
quis
eu respondi o
que pensava
que você
queria ouvir
Pensa que eu
não vi
o que todo
mundo viu
Faz de conta
que só eu não
percebi que
era melhor
fazer de conta
que o que eu
vi não existiu
Isso é mera
hipocrisia
É falsa
devoção
É triste alegria
Fingimento de
emoção
Isso é mera
hipocrisia
Afetação de
uma virtude
É desvio de
sentimento
Negação de
juventude
Que impregna
com o tempo
O que eu senti
Não era falso
ou ilusão
Mas às vezes
é melhor
Subverter
uma emoção
Que põe tudo
a perder
e põe tudo
a perder
Mesmo que se
perca a noção
do que é
verdade, o
que é mentira
Mesmo que
nebuloso
quem é o fiel,
quem o traira
Olhou mas
fez que não
Quis,
negaceou
Cedeu,
os olhos
reprovaram
O que queria
e não provou
Deu licença
e educação
(em nome
do que acha
educado)
Mas a
verdade,que
importa,
ficou trancada
do outro lado

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

os barcos;

tive que fazer um novo, porque não lembrava mais a senha do outro. e não critiquem esse nome ridiculo ("as lanchas"), eu queria "os barcos" (descobrimento do brasil, legião urbana, sabe coé?), mas o blogger disse que não tava disponível, e eu só ia fazer se fosse os barcos. aí a pulga teve a brilhante idéia de falar pra eu fazer ou "as canoas" ou "as lanchas" e eu gostei desse ultimo porque trocando uma das letras fica uma palavra muito interessante que lembra, assim, de longe, minhas lost girls ;) eu sei que eu vou me arrepender disso depois, mas é só mudar de blog de novo. enfim, vou tentar escrever todo dia, ou pelo menos uma vez por semana, ou por mês... ah, que se foda. só tava precisando de um lugar pra escrever, que não fosse o fotolog.

Você diz que tudo terminou / Você não quer mais o meu querer / Estamos medindo forças desiguais / Qualquer um pode ver / Que só terminou pra você / São só palavras texto, ensaio e cena / A cada ato enceno a diferença / Do que é amor ficou o seu retrato / A peça que interpreto,um improviso insensato / Essa saudade eu sei de cor / Sei o caminho dos barcos / E há muito estou alheio e quem me entende / Recebe o resto exato e tão pequeno / É dor, se há, tentava, já não tento / E ao transformar em dor o que é vaidade / E ao ter amor,se este é só orgulho / Eu faço da mentira, liberdade / E de qualquer quintal, faço cidade / E insisto que é virtude o que é entulho / Baldio é o meu terreno e meu alarde / Eu vejo você se apaixonando outra vez / Eu fico com a saudade e você com outro alguém / E você diz que tudo terminou / Mas qualquer um pode ver / Só terminou pra você / Só terminou pra você
(Os Barcos - Legião Urbana)